RESUMO
Objetivo: Comparar as características do relato de dor entre idosos e adultos jovens através da aplicação do Questionário de Dor McGill (MPQ). Métodos: Estudo de modelo observacional e transversal, com realização de entrevistas estruturadas através do MPQ com idosos (acima de 60 anos) e adultos (18 a 40 anos) portadores de dor persistente há mais de um mês em serviços de atendimento ambulatorial, hospitalar e asilar. O instrumento empregado para a avaliação do relato de dor foi o Questionário de Dor McGill (MPQ), adaptado para a língua portuguesa por Pimenta e Teixeira (1997). As medidas do MPQ nos grupos foram comparadas através do teste de Mann- Whitney, Kruskal-Wallis e análise de correlação de Spearman a 5%. Resultados: A idade dos idosos (n=70) variou de 60 a 86 anos (70,15±3,4) e dos pacientes do grupocontrole (n=40) variou de 18 a 40 anos (27,8±2,8). Os escores do MPQ no grupo de idosos foram significativamente menores que dos adultos quanto a: número de descritores escolhidos (P=0.001), índice de dor (P=0.0001) e dimensões sensitiva (P=0.001), afetiva (P=0.01) e avaliativa (P=0.01) do relato de dor. Conclusões: A aplicação do MPQ evidenciou diferenças na intensidade e qualidade do relato de dor pelo idoso em relação ao adulto jovem, corroborando a hipótese de pesquisa de que a dor apresenta características semiológicas diferenciadas na velhice. O presente estudo é o primeiro trabalho comparativo sobre diferenças semiológicas de dor em idosos e adultos mais jovens, considerando pacientes ambulatoriais, institucionalizados e hospitalizados. Os achados demonstraram que a dor tem características diferentes nos idosos e fornecem subsídios para a avaliação clínica geriátrica, no planejamento de medidas visando ao controle da dor crônica...
